quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Review - Mad Men 1x01 - Smoke Gets in Your Eyes

Olá a todos

Raramente, na verdade nunca me desafiei a escrever sobre uma série de tv qualquer. Na verdade não achava que teria algum talento para dissecar o que eu vejo de uma determinada série e que pode não ter nada a ver com o que é apresentado na real. Há situações em que só percebo que algo aconteceu depois de ler uma resenha dessas espalhadas pelos inúmeros sites existentes google afora. Resolvi fazer o post pelo fato de ter muita dificuldade de achar textos na internet que falassem sobre a primeira temporada de Mad Men, isso me incomodou. Pode até não dar em nada e eu posso desistir de tudo daqui a pouco. Mad Men é uma série espetacular, ambientada na década de 60 ela mostra o cotidiano da agência de publicidade Sterling Cooper situada na famosa Madson Avenue em Nova Yorque e no personagem principal, o diretor de criação da empresa, Don Draper. Uma prova de que a série do canal a cabo AMC vem provocando no público e na crítica foi a quantidade de prêmios recebidos. Ela foi vencedora por quatro vezes consecutivas o Emmy na categoria melhor série dramática nos anos 2008, 2009, 2010 e 2011, igualando o recorde de The West Wing que venceu também de forma consecutiva nos 2000, 2001, 2002 e 2003. 

Midge Daniels
O primeiro episódio, "Smoke Gets in Your Eyes" já traz uma boa discussão surgida no início da década de 60 sobre os riscos à saúde do uso de cigarros. O capítulo se inicia com a explicação do termo que dá nome à série, Mad Men foi usado para descrever os executivos que trabalhavam com propaganda na Madson Avenue na década de 50. E começa com Don Draper (Interpretado de forma magistral pelo ator Jon Hamm) está num bar tentando quebrar a cabeça para montar uma campanha para a marca de cigarros Lucky Strike. Na época, as pesquisas passaram a questionar os laudos médicos das empresas que atestavam que o cigarro era seguro. Na década de 50, estudos apontavam que o cigarro podia causar câncer por isso os fabricantes passaram a colocar filtros nos cigarros. Com o avanço da divulgação dos males que os cigarros causavam a Lucky Strike precisava de uma campanha que dissesse aos seus clientes que eles poderiam continuar fumando normalmente. Mas como passar esta mensagem com tantas informações nocivas sobre o produto. É neste contexto que conhecemos a primeira amante de Draper, a pintora Midge Daniels. Don recorre a ela em busca de ideias para montar a campanha. 

Don Draper e Rachel Menken
Depois somos apresentados aos outros personagens da série, Peter Campbell arquitetando sua despedida de solteiro e a nova secretária de Don, Peggy Olson que recebe dicas de como proceder de Joan, uma espécie de chefe das secretárias. Somos também apresentados ao ótimo Roger Sterling que renderá bons diálogos com Draper ao longo da série. É interessante notar como a angústia toma conta de Draper que quase entra em desespero pelo fato de não ter nada para mostrar aos executivos da Lucky Strike. Isso é demonstrado na cena em que ele acaba dormindo na sala enquanto observa uma mosca no teto da sala. Na primeira cena dele com Peter Campbell já há um pequeno estranhamento evidenciando que a relação entre os dois não vai ser tão amistosa assim. Um dos pontos altos do episódio foi a reunião com Rachel Menken que queria posicionar a sua marca próximas à marcas de elite como a Chanel, porém, Don queria apostar em alternativas populares como cupons de desconto. Rachel não concordou com isso dizendo que não estava interessada em donas de casa e, sim em pessoas que estivessem dispostas a pagarem caro para frequentar o estabelecimento. Don, não compreendeu o desejo da cliente se retirou ofendido da sala de reunião não aceitando ser contrariado por uma mulher, O machismo parece ser a marca da sociedade americana da década de 60, era impressionante a dificuldade dos homens em lidarem de igual para igual com as mulheres, quase sempre tratadas com inferioridade ou interesse sexual. 

Marca de cigarros Lucky Strike
Na reunião decisiva com os executivos da indústria de cigarros, Don ainda não tinha nada de concreto para apresentar, por isso Peter Campbell tomou à frente e, usando um relatório que pertencia a Don (estava no lixo na sala dele) conduziu a reunião mas sem muito sucesso. Quando os executivos da Lucky já estavam desistindo, Don deu o ar da graça e reverteu a situação com um argumento de que se todas as empresas de tabaco estavam no mesmo barco com respeito as questões de perigo à saúde, deviam desviar a atenção para outro aspecto do cigarro, algo que diferenciasse a campanha da Lucky de outros concorrentes recorrendo a aspectos do processo de produção para destacar que o tabaco utilizado pela empresa era torrado, um diferencial que poderia passar a imagem para os clientes de que o produto era confiável por ter este aspecto. E termina de forma brilhante dizendo "Anunciar está baseado em uma coisa: Felicidade. E Sabe o que é felicidade? Felicidade é o cheiro de carro novo. É Se libertar do medo. É um outdoor do outro lado da estrada , isso soa confiança que tudo o que você está fazendo está certo. Você está certo".
A campanha agradou aos clientes da empresa. 

Peggy Olson
Já na despedida de solteiro de Campbell, ele mostrou que não tem nenhum jeito com mulheres tratando uma das mulheres que sentaram à mesa com eles com certa violência forçando uma barra o que assustou e muito a garota. Essa falta de jeito revela um personagem bem problemático. Don foi convencido por Sterling à limpar a barra com Rachel já que a conta vale $3 milhões de dólares. Um ótimo diálogo foi produzido entre eles o que acabou levando o assunto para outra esfera quando Don perguntou a ela o porquê dela nunca ter casado. Rachel respondeu que nunca se apaixonou. Com uma visão terrivelmente cética em relação ao amor, Don descreveu o sentimento como se fosse algo trivial, nas palavras dele que poderia ser usada para vender meia-calça, vale apena transcrever na íntegra: "Oh, você quer dizer amor. Quer dizer o grande ajuste do coração onde não pode comer e não pode trabalhar e você... somente sai e se casa... e tem os bebês. A razão de não ter sentido isso é porque isso não existe. O que você chama de amor foi inventados por sujeitos como eu para vender meia-calça. Você nasce só e você morre só e este mundo apenas impões um grupo de regras a você para fazer você esquecer desses fatos, mas eu nunca esqueço. Vivo como se não houvesse amanhã porque não há nenhum". Após o eloquente discurso, Rachel conseguiu ver que há uma espécie de angústia em Don e ele resolveu desconversar sobre o assunto. No fim, Don chega em casa para ter um fim de noite com a esposa e os filhos e nem parece que viveu tanta coisa em apenas um dia. O Episódio termina com ele no quarto dando um beijo de boa noite nos filhos, família feliz se não fosse o comportamento tão irregular de Don, e penso que será assim durante toda a série. Depois de fracassar na noite do Bar, Peter vai até a casa de Peggy e consegue transar com ela. Ele ficou fascinado com a nova secretária de Draper e é outra parte da série que merece bastante atenção. 

Grande abraço
Fernando dos Santos

sábado, 16 de novembro de 2013

O amado e odiado pontos corridos

Olá a todos

Sempre quando chega o final do ano as discussões a respeito do sistema de pontos corridos no Campeonato Brasileiro se acendem. Aí aparecem aqueles defensores de que o regulamento é bom porque faz com que o campeonato seja justo e o melhor vença. Para outros o sistema de mata-mata seria melhor porque dá mais emoção e a torcida compareceria mais aos jogos. Tudo isso desencadeado por conta do Campeonato vencido pelo Santos em 2002, em que se classificando em 8° eliminou o São Paulo, classificado em 1°. A partir de 2003 e depois de muitas discussões, o campeonato passou a adotar o sistema de pontos corridos e logo os problemas começaram a acontecer com times que venciam a disputa com algumas rodadas de antecedência.

Para aqueles que acham que o sistema de pontos corridos afugentam o público, basta dar uma olhada nas médias da presença da torcida nos estádios. Entre os campeonatos de 1991 e 2003 a média acumulada foi de 12.481 torcedores por partida, já entre os campeonatos de 2003 e 2012 a média foi de 13.902 torcedores. Isso significa que a média de público vem se mantendo se comparar os campeonatos disputados com Playoffs e os pontos corridos. Talvez a questão do afastamento do público dos estádios seja mais profunda como os altos preços praticados com o lançamento das novas arenas, o horário dos jogos, a falta de segurança, o mal planejamento dos clubes, entre outros. Em um país que mudava o regulamento do campeonato todos os anos, a adoção deste novo sistema dá mais credibilidade ao campeonato, e também o fim da abominável virada de mesa.

Eu sou muito a favor do sistema de pontos corridos, mas sei que muitas coisas precisam mudar para tornar mais acessível a presença do público nos estádios. Sei também que a divisão de cotas de TV, por exemplo beneficiam demais clubes com maiores torcida como Corinthians e Flamengo e isso, sim, é injusto com outros clubes. Se você imaginar que juntando as séries A e B temos 40 clubes, é bem complicado de entender que apenas dois times sejam tão beneficiados e que o telespectador é obrigado a ver sempre os jogos desses dois times na TV. Há muita política em jogo sobre os direitos de transmissão de TV e tal, mas isso é discussão para outro post. É preciso rever os conceitos de administração do publico no Brasileirão, principalmente com as novas arenas que jogaram o preço do ingresso lá em cima. A diretoria dos clubes só abaixa o preço dos ingressos quando o campeonato está na reta final e precisam do apoio da torcida.

De qualquer forma o sistema de pontos corridos é bom e em todos os anos temos uma boa disputa pelas vagas na Libertadores e a fuga contra o rebaixamento, o que deixa o campeonato emocionante também por esses fatores. Ainda não chegamos ao um ponto de equilíbrio, mas com o passar dos anos o campeonato vai se fortalecendo, porém, como estamos a mercê da CBF e de uma emissora que toma conta de tudo o que se refere ao campeonato, tudo pode mudar de uma hora para a outra. Todos os anos ouço que os clubes querem a volta do mata-mata. E o sistema de pontos corridos continua, mas, se tratando de Brasil, tudo pode acontecer.

Grande abraço

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Futebol na Europa #1

Campeonato Alemão

Começo a semana falando do Campeonato Alemão, que tem as melhores médias de público da Europa. Com uma média de gols de 3,29 por partida, a Bundesliga tem se mostrado que o faro de gol dos times se encontra bastante apurado. Destaco desta rodada a goleada do Borussia Dortmund sobre o Hamburgo por 6 a 2. O time de Dortmund, para mim, foi um dos que melhor se reforçaram nesta temporada. Melhor ataque da competição com  15 gols em 5 jogos. Sete gols foram marcados pelos reforços que chegaram, 5 gols feitos pelo gabonês, Pierre Aubameyang e 3 marcados pelo amrênio Henrik Mikhitaryan. Dois países que não tem tradição no futebol. (A Armênia faz grande campanha nas Eliminatórias para Copa 2014, mas isso é assunto para outro post)
De gabão para o mundo, Aubameyang é o artilheiro com 5 gols

O Borussia ainda conta com o artilheiro polonês Robert Lewandowski, que depois de muita especulação, permaneceu no clube e marcou dois gols nesta partida. Com a vitória, o Borussia segue líder com 100% de aproveitamento na Bundesliga e o melhor ataque da competição. Já o Hamburgo precisa abrir o olho, 15º colocado, além de flertar com a zona de rebaixamento, é o pior ataque da competição com 15 gols sofridos em apenas 5 jogos, incrível média de 5 por partida. Já o Bayern venceu o Hannover por 2 a 0, mas continua com freio de mão puxado no início do campeonato, porém segue o Dortmund de perto ali com 13 pontos e na segunda colocação. Em terceiro vem o Bayer Leverkusen que venceu o Wolfsburg de Diego por 3 a 1. Luiz Gustavo foi expulso no fim da partida. Ele que recentemente deixou o Bayern de Munique ao perder espaço na equipe após a chegada de Guardiola. Agora tenta uma nova vida no Wolfsburg, mas o time é instável e ocupa a 12ª posição no campeonato com apenas 6 pontos. Uma vida dura espera o volante brasileiro.

O Jogo da Rodada:
Borussia Dortmund-Hamburgo 6-2

Campeonato Italiano

O Calcio chega a sua terceira rodada com o superclássico entre Inter e Juventus. O jogo foi marcado pelo equilíbrio e terminou 1 a 1. Mesmo com o empate em casa, a Inter pode se considerar feliz por ter conseguido enfrentar o melhor time da Itália de igual para igual. Abriu o placar com  Mauro Icardi que havia entrado aos 23 e marcou aos 28 do segundo tempo numa falha de Chielini, que perdeu a bola no meio de campo gerando um contra ataque mortal que culminou no gol do argentino. A reação da Juve foi rápida, aos 33 empata com Vidal depois de uma grande jogada de Asamoah pela esquerda saindo da marcação de Juan e cruzando para o chileno empatar. um passe espetacular de Paul Pogba. Vele destacar o futebol que Vidal está jogando nesta temporada. E o principal jogador da Juve no ano seja na armação de jogadas, seja aparecendo na frente para finalizar.

Higuaín e Callejón, destaque do Napoli nesta temporada
Um outro destaque da rodada foi a volta de Kaká ao Milan depois de três temporadas amargando a reserva no Real Madrid. E a volta não foi das melhores, além de não jogar bem, Kaká sofreu uma lesão que pode afastá-lo dos gramados por pelo menos um mês. Depois de começar perdendo por 2 a 0, o Milan reagiu no fim e empatou com o Torino em 2 a 2.  Resta torcer pela rápida recuperação do filho que retornou a casa, há quem diga que el nunca deveria ter saído. O certo é que a despeito do futebol que não jogou em Madrid, Kaká ganhou muito dinheiro em sua estadia lá. Talvez por isso tenha demorado tanto para sair do time espanhol.

Um time que vale muito a pena acompanhar na Itália é o Napoli. Vivendo um momento único, com a classificação para a Liga dos Campeões e com um grande elenco, o time parece ser o único capaz de fazer frente a Juventus. Com o técnico Rafa Benitez e muitos reforços, a equipe venceu a terceira seguida no campeonato ao derrotar a Atalanta por 2 a 0. Com gols de Higuaín e Callejón, este último marcou em todas as três rodadas, a equipe napolitana segue na ponta da tabela. A outra equipe com 100% de aproveitamento é a Roma que venceu o Parma fora de casa por 3 a 1. A equipe da capital trouxe para esta temporada o técnico francês Rudi Garcia, que foi campeão francês com o Lille em 2011. A aposta parece estar dando certo, a presença do novo técnico, que pela primeira vez, dirige uma equipe fora da França, e os bons reforços como o holandês Strootman, considerado uma promessa, podem trazer esperança ao torcedor romanista de que sua equipe brigará pelo título este ano.

Jogo da Rodada:
Inter-Juventus 1-1



quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O Brasil chegar bem a Copa é bom ou ruim?

A semana foi marcada pelas Eliminatórias para Copa e pelos dois amistosos preparatórios da Seleção Brasileira. As vitórias contra Austrália e Portugal recuperam o astral do time depois da estranha para a Suíça logo após a conquista da Copa das Confederações. A julgar pelos resultados, a Seleção vai muito bem, obrigado! O que se discute é se esta boa fase da seleção vai se confirmar no mundial ano que vem. Há quem expresse preocupação com o bom momento, pois em 2006 e 2010 a seleção entrou na competição como favorita absoluta.

O Brasil chegou a Copa 2006 num oba-oba por conta do penta campeonato e com direito a treinos abertos para torcida que eram verdadeiras festas ao ar livre. A falta de foco foi apontada como um dos motivos da eliminação nas quartas de final para a França. Roberto Carlos foi eleito o vilão por não ter marcado o atacante Francês Henry no cruzamento que culminou no gol da vitória dos franceses.

Em 2010, a seleção chega a Africa do Sul embalada pelos títulos da Copa América e da Copa das Confederações com direito a vitória contra a Itália por 3 a 0. Acreditando ter aprendido a lição da Copa anterior, o Brasil teve na linha dura de Dunga o padrão necessário para levar a taça. De nada adiantou, o Brasil caiu nas quartas de final, desta vez para a Holanda. Outros vilões foram eleitos como o volante Felipe Melo, expulso na partida e o goleiro Júlio César, que falhou no primeiro gol dos holandeses na derrota por 2 a 1.

Em 2014 o Brasil chega como favorito à Copa, não só por jogar em casa mas também por ter uma equipe que aos poucos vai se acostumando a jogar junta. O entrosamento apareceu principalmente na vitória sobre Portugal em que saiu atrás do placar e buscou a virada por 3 a 1. Neymar está cada vez mais a vontade com a amarelinha e surgiram outros bons concorrentes a vaga de titular na equipe como o lateral direito Maicon, o meia Bernard e o atacante Jô, que aproveitou mais uma vez a chance dada por Felipão e marcou 3 gols nos dois amistosos.

Dizer que é perigoso a seleção chegar a Copa como favorita pode soar exagerado, mas a história tem mostrado que quanto mais difícil a chegada da seleção na Copa, melhor ela atua. Foi assim em 1994, quando passou sufoco nas eliminatórias e se classificou graças a um certo baixinho de nome Romário com dois gols na última partida contra o Uruguai. Foi assim também em 2002 quando chegou a Copa após viver um inferno com passagem de três técnicos e com direito a derrota histórica para Honduras na Copa América de 2001, na Colômbia.


Em 2014, o Brasil vai ter a chance de se afirmar na história como melhor seleção do planeta ou pode realizar o segundo Maracanazzo. É esperar para ver.  

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Alegria, Alegria e tensão alvinegra

É impressionante como o futebol é um esporte que evolui e se renova a cada dia. Tem sido assim também com o Botafogo tendo que se reinventar todos os dias para manter a bela campanha neste Brasileirão. Semana retrasada Vitinho sai do clube vendido ao CSKA da Rússia e, logo o desespero se abate na torcida. E agora? Como vai ser daqui ara frente? Já era o campeonato.

Difícil pedir para a torcida ser otimista e logo com o Botafogo que é disparado o time do Brasil que mais morre na praia, isso quando consegue chegar perto dela. Aí, eis que surge um tal de Hyuri, jogador vindo emprestado junto ao Audax. Quem é ele? Não sei. Só sabemos que fez um gol na vitória sobre o Flamengo no Estadual e mais nada. Isso é suficiente para contratar?  Não sei. Sem opções, Oswaldo escala o cara para o jogo contra o Coritiba, jogo decisivo para o Alvinegro que estava a 7 pontos do líder Cruzeiro.

Mas eis que o cara entra e arrebenta com o jogo. No primeiro recebendo passe pela esquerda de Rafael marques para fazer o segundo gol do Bota e depois numa pintura que até agora está bombando nas redes sociais para fazer o terceiro gol do time. E agora? Vai vender o moleque também. Torcida eufórica e apavorada ao mesmo tempo.

 Vitinho passou como um meteoro no time, veio jogou e saiu sem ao menos nos preparar para isso, deixar um legado, um arquivo para que pudéssemos lembrar dele, nada. Saiu saindo literalmente. E agora surge esse Hyuri. A comemoração do segundo gol foi linda demais com ele comemorando junto à torcida, cena rara e emocionante no futebol tupiniquim onde temos que manter certa distância segura dos torcedores.

Agora é esperar, se o cara vai permanecer e brilhar, eu não sei, mas que foi bom reativar mais uma vez a esperança de Tomé nos torcedores alvinegros.

sábado, 15 de junho de 2013

Protestos e mais protestos contra o aumento da tarifa de ônibus pelo país


Olá a todos

Nos últimos dias, vários protestos contra o aumento da passagem de ônibus estão acontecendo no país. Em São Paulo e no Rio de Janeiro os protestos tem acontecido com violência tanto por parte dos manifestantes quanto da polícia. O movimento vem ganhando força pelo país por conta do grande descontentamento com as tarifas de ônibus caras que prejudicam estudantes e trabalhadores que dependem do transporte público diariamente. O que achei interessante foi ver como a mídia estava tratando o fato. No Brasil não é comum as pessoas irem para as ruas se manifestar por qualquer coisa. Ultimamente, causas de grupos particulares tem ganhado mais força do que situações de interesse de toda a população como ocorreu, por exemplo, na Rio +20, quando protestos a favor da legalização da maconha ganharam as ruas. 

É bom que as pessoas ganhem mesmo as ruas para protestar. Via sempre as pessoas fazendo isso pelo Facebook, compartilhando frases de movimentos e, agora, estas manifestações ganharam as ruas. Infelizmente, no Brasil, não tem como se fazer ouvir sem barulho. Não tem como chamar a atenção do governo e das autoridades com protestos de Facebook. As maiorias das decisões são tomadas de costas para o povo e isso causa revolta, sim. Tem pessoas que dizem que “Ah você votou neste ou naquele, agora aguenta”. Não. Não concordo com isso. Se a pessoas que elegemos não nos representa, a única maneira de causar impacto é ir para as ruas protestar e fazer muito barulho como estão fazendo. 

Tarifa de R$ 2,95 no Rio é a segunda mais cara entre as capitais do país
Eles estão sendo duramente combatidos pela polícia e tem sobrado até para jornalistas que foram feridos com tiros de borracha na cabeça. Tem um fotógrafo que está ameaçado de perder a visão de um dos olhos por conta disso. Os governadores de São Paulo e Rio, por exemplo, não estão abertos a negociação e dizem que não vão baixar o preço da tarifa. E a imprensa chama os manifestantes de vândalos. Engraçado isso, já que na França acontece protestos semelhantes onde destruíram mais de 300 carros. E a imprensa os chama de manifestantes e ativistas. É triste ver como a mídia desqualifica os protestos dizendo que tem grupos políticos por trás ou que são rebeldes sem casa. Se fosse o movimento gay que tivesse fazendo um protesto como este, todos iriam aplaudir. Se fosse um protesto pela legalização do aborto, idem.

Agora se trata de algo do interesse de todos e não de uma minoria e, aqui no Brasil, são vândalos. O que os franceses estão fazendo que o pessoal do Brasil não está? Estão fazendo um estrago muito maior por algo que eles acreditam e estão fazendo para chamar atenção daqueles que foram escolhidos pelo voto e tomam decisões que vai contra aos interesses da população. Não há outra maneira, a única maneira mesmo é ganhar as ruas e fazer muito barulho, para, talvez nem ser ouvido.  

sábado, 8 de junho de 2013

A marca RJ e o sentimento de ser carioca


Olá a todos

Acredito que poucos conhecem a marca RJ, criada pelo governo do Estado do Rio de Janeiro com o objetivo de promover a melhor imagem do Rio no Brasil e também no mundo. Pois bem, ela foi tema da semana de comunicação promovida na Universidade Veiga de Almeida nos dias 2,3 e 4 de junho. E como pano de fundo uma chance para discutir com os mais variados profissionais de comunicação sobre o que está acontecendo no Estado e na Capital atualmente.

Símbolo da marca RJ
Caso nunca tenham ouvido falar, este é o site oficial da MARCA RJ, uma iniciativa do Governo do Estado que desperta e promove o sentimento de orgulho entre os cidadãos fluminenses. A embaixadora da marca Antônia Leite Barbosa, mostrou exemplos de empresas que já se associaram a marca como o restaurante Gula Gula, Zazá bistrô tropical, entre outras. Nesta semana pude perceber que há muitas diferenças no discurso de jornalistas e publicitários sobre o tema. Se por um lado os que cuidavam da marca enfatizavam os lados positivos do Rio, pelo outro os jornalistas optaram por mostrar as muitas mazelas da cidade. 


Na segunda-feira, a embaixadora da marca Antonia Leite Barbosa, selecionou os aspectos fundamentais que regiam a marca: alegria, beleza, energia, estilo, inovação, paixão e paz. Achei bacana esta iniciativa, o Rio é uma das cidades mais importantes do Brasil atualmente, por conta dos mega eventos que vai receber. É uma forma de mostrar este lugar e o que existe em abundância nele. Quem falou melhor sobre o ser carioca foi o psicólogo Marcelo Henrique da Costa. E a fala dele foi essencial para eu refletir bastante sobre isso. Percebi que não era assim tão apaixonado pela cidade, porque acabo por expressar o discurso de que a cidade está sempre ruim. Não que ela seja perfeita, mas é a minha cidade, onde moro, vivo e faço tudo. No final, disse que para a cidade ficar melhor para os turistas que virão aqui nos eventos, precisa ficar melhor para nós que moramos nela primeiro.

Acho que devemos criticar sim, o mal uso do dinheiro público nas obras, o descaso com os mais pobres que são prejudicados pelos desmandos do governo. Mas acho que devemos amar mais a cidade onde vivemos em vez de achar que está tudo ruim e que nada vai mudar. A fala dele foi muito legal por conta disso, por despertar o desejo de pertencimento à cidade que, acredito, estava apagado para a maioria que estava ali assistindo àquela palestra. Embora seja uma marca criada pelo governo e que por si só já desperta desconfiança sobre seus objetivos, penso que um dos propósitos em questão é este.

Por outro lado, na terça-feira, foi a vez dos jornalistas falarem sobre isso. E o discurso foi outro, muito diferente do publicitário que procura sempre enfatizar os pontos positivos de seu produto. Eles foram taxativos em dizer que apesar do Estado ter melhorado muito nos últimos anos ainda há muitas coisas a resolver. E foram muito críticos em relação a marca RJ, até criticando o fato dela estar associada a muitas marcas e produtos caros e de elite e, portanto, distante da população. Muito foi falado sobre as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP’s) e sobre sua continuidade ou não com o fim dos mega eventos na cidade.

Repórter Fábio Barreto do Brasil Urgente, da TV Band
Um dos convidados foi o apresentador do noticiário Brasil Urgente da Band, Fábio Barreto, que foi enfático ao dizer que o maior legado que se pode deixar para uma cidade é uma boa educação e boa qualidade de vida. Ele criticou a necessidade da existência de um grande evento para que se melhore a estrutura da cidade. Nisso, concordei com ele, pois não acredito que um Maracanã novo seja um legado para a cidade. O estádio já estava ai e vai continuar quando a Copa acabar. Mas as condições de vida na cidade precisam ser melhoradas e isso independente se a cidade vai ou não receber grandes eventos. O jornalista falou também do fato da imprensa ter de intervir para que direitos da população sejam cumpridos como atendimento de saúde, por exemplo. E disse que o papel do jornalista é este, mostrar o que está por debaixo dos tapetes, mostrar o que tentam esconder da cidade e mostrar como estão cuidando da cidade.

Percebi a enorme diferença entre o discurso publicitário e jornalístico neste dia. Fiquei pensando que enquanto o pessoal de marketing fala que a cidade é maravilhosa, nós jornalistas falamos que a cidades está uma m.... Não fiquei satisfeito com isso, embora seja esta a função do jornalista, mostrar a realidade do que acontece na cidade, mesmo que não seja uma realidade boa. Por outro lado, a função da publicidade é vender, seja uma ideia, uma imagem ou um conceito e, nisso, fazem muito bem quando vendem uma boa imagem do Rio. Mas acredito fielmente numa cidade bem melhor do que dizem, o Rio é muito mais do que praias, cristo redentor e samba. Em todos os comerciais em que aparece a imagem do Rio é o que vejo.

Esta semana foi importante para entender um pouco mais sobre o Rio de Janeiro e foram muito boas as discussões em torno do tema. Se a marca criada pelo governo do Estado não é uma unanimidade, o sentimento de ser carioca e morar nesta cidade acredito que seja. Acredito mais ainda numa cidade melhor e, se estes grandes eventos servirem para alguma coisa, que tenha alguém que pense nisto. E que se possa deixar um legado melhor do que um Maracanã novo ou uma ou duas estações a mais no metrô. Uma coisa é certa o carioca precisa amar mais esta cidade.

Eu levando o livro da palestrante Antonia Leite Barbosa
No final da palestra de segunda-feira eu estava com sorte e ganhei o sorteio do livro "Agendinha Carioca: Guia de sobrevivência para pais deslocados" da palestrante Antonia Leite Barbosa. Estava com sobre mesmo naquele dia rs. 


Grande abraço.
Fernando