sábado, 15 de junho de 2013

Protestos e mais protestos contra o aumento da tarifa de ônibus pelo país


Olá a todos

Nos últimos dias, vários protestos contra o aumento da passagem de ônibus estão acontecendo no país. Em São Paulo e no Rio de Janeiro os protestos tem acontecido com violência tanto por parte dos manifestantes quanto da polícia. O movimento vem ganhando força pelo país por conta do grande descontentamento com as tarifas de ônibus caras que prejudicam estudantes e trabalhadores que dependem do transporte público diariamente. O que achei interessante foi ver como a mídia estava tratando o fato. No Brasil não é comum as pessoas irem para as ruas se manifestar por qualquer coisa. Ultimamente, causas de grupos particulares tem ganhado mais força do que situações de interesse de toda a população como ocorreu, por exemplo, na Rio +20, quando protestos a favor da legalização da maconha ganharam as ruas. 

É bom que as pessoas ganhem mesmo as ruas para protestar. Via sempre as pessoas fazendo isso pelo Facebook, compartilhando frases de movimentos e, agora, estas manifestações ganharam as ruas. Infelizmente, no Brasil, não tem como se fazer ouvir sem barulho. Não tem como chamar a atenção do governo e das autoridades com protestos de Facebook. As maiorias das decisões são tomadas de costas para o povo e isso causa revolta, sim. Tem pessoas que dizem que “Ah você votou neste ou naquele, agora aguenta”. Não. Não concordo com isso. Se a pessoas que elegemos não nos representa, a única maneira de causar impacto é ir para as ruas protestar e fazer muito barulho como estão fazendo. 

Tarifa de R$ 2,95 no Rio é a segunda mais cara entre as capitais do país
Eles estão sendo duramente combatidos pela polícia e tem sobrado até para jornalistas que foram feridos com tiros de borracha na cabeça. Tem um fotógrafo que está ameaçado de perder a visão de um dos olhos por conta disso. Os governadores de São Paulo e Rio, por exemplo, não estão abertos a negociação e dizem que não vão baixar o preço da tarifa. E a imprensa chama os manifestantes de vândalos. Engraçado isso, já que na França acontece protestos semelhantes onde destruíram mais de 300 carros. E a imprensa os chama de manifestantes e ativistas. É triste ver como a mídia desqualifica os protestos dizendo que tem grupos políticos por trás ou que são rebeldes sem casa. Se fosse o movimento gay que tivesse fazendo um protesto como este, todos iriam aplaudir. Se fosse um protesto pela legalização do aborto, idem.

Agora se trata de algo do interesse de todos e não de uma minoria e, aqui no Brasil, são vândalos. O que os franceses estão fazendo que o pessoal do Brasil não está? Estão fazendo um estrago muito maior por algo que eles acreditam e estão fazendo para chamar atenção daqueles que foram escolhidos pelo voto e tomam decisões que vai contra aos interesses da população. Não há outra maneira, a única maneira mesmo é ganhar as ruas e fazer muito barulho, para, talvez nem ser ouvido.  

sábado, 8 de junho de 2013

A marca RJ e o sentimento de ser carioca


Olá a todos

Acredito que poucos conhecem a marca RJ, criada pelo governo do Estado do Rio de Janeiro com o objetivo de promover a melhor imagem do Rio no Brasil e também no mundo. Pois bem, ela foi tema da semana de comunicação promovida na Universidade Veiga de Almeida nos dias 2,3 e 4 de junho. E como pano de fundo uma chance para discutir com os mais variados profissionais de comunicação sobre o que está acontecendo no Estado e na Capital atualmente.

Símbolo da marca RJ
Caso nunca tenham ouvido falar, este é o site oficial da MARCA RJ, uma iniciativa do Governo do Estado que desperta e promove o sentimento de orgulho entre os cidadãos fluminenses. A embaixadora da marca Antônia Leite Barbosa, mostrou exemplos de empresas que já se associaram a marca como o restaurante Gula Gula, Zazá bistrô tropical, entre outras. Nesta semana pude perceber que há muitas diferenças no discurso de jornalistas e publicitários sobre o tema. Se por um lado os que cuidavam da marca enfatizavam os lados positivos do Rio, pelo outro os jornalistas optaram por mostrar as muitas mazelas da cidade. 


Na segunda-feira, a embaixadora da marca Antonia Leite Barbosa, selecionou os aspectos fundamentais que regiam a marca: alegria, beleza, energia, estilo, inovação, paixão e paz. Achei bacana esta iniciativa, o Rio é uma das cidades mais importantes do Brasil atualmente, por conta dos mega eventos que vai receber. É uma forma de mostrar este lugar e o que existe em abundância nele. Quem falou melhor sobre o ser carioca foi o psicólogo Marcelo Henrique da Costa. E a fala dele foi essencial para eu refletir bastante sobre isso. Percebi que não era assim tão apaixonado pela cidade, porque acabo por expressar o discurso de que a cidade está sempre ruim. Não que ela seja perfeita, mas é a minha cidade, onde moro, vivo e faço tudo. No final, disse que para a cidade ficar melhor para os turistas que virão aqui nos eventos, precisa ficar melhor para nós que moramos nela primeiro.

Acho que devemos criticar sim, o mal uso do dinheiro público nas obras, o descaso com os mais pobres que são prejudicados pelos desmandos do governo. Mas acho que devemos amar mais a cidade onde vivemos em vez de achar que está tudo ruim e que nada vai mudar. A fala dele foi muito legal por conta disso, por despertar o desejo de pertencimento à cidade que, acredito, estava apagado para a maioria que estava ali assistindo àquela palestra. Embora seja uma marca criada pelo governo e que por si só já desperta desconfiança sobre seus objetivos, penso que um dos propósitos em questão é este.

Por outro lado, na terça-feira, foi a vez dos jornalistas falarem sobre isso. E o discurso foi outro, muito diferente do publicitário que procura sempre enfatizar os pontos positivos de seu produto. Eles foram taxativos em dizer que apesar do Estado ter melhorado muito nos últimos anos ainda há muitas coisas a resolver. E foram muito críticos em relação a marca RJ, até criticando o fato dela estar associada a muitas marcas e produtos caros e de elite e, portanto, distante da população. Muito foi falado sobre as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP’s) e sobre sua continuidade ou não com o fim dos mega eventos na cidade.

Repórter Fábio Barreto do Brasil Urgente, da TV Band
Um dos convidados foi o apresentador do noticiário Brasil Urgente da Band, Fábio Barreto, que foi enfático ao dizer que o maior legado que se pode deixar para uma cidade é uma boa educação e boa qualidade de vida. Ele criticou a necessidade da existência de um grande evento para que se melhore a estrutura da cidade. Nisso, concordei com ele, pois não acredito que um Maracanã novo seja um legado para a cidade. O estádio já estava ai e vai continuar quando a Copa acabar. Mas as condições de vida na cidade precisam ser melhoradas e isso independente se a cidade vai ou não receber grandes eventos. O jornalista falou também do fato da imprensa ter de intervir para que direitos da população sejam cumpridos como atendimento de saúde, por exemplo. E disse que o papel do jornalista é este, mostrar o que está por debaixo dos tapetes, mostrar o que tentam esconder da cidade e mostrar como estão cuidando da cidade.

Percebi a enorme diferença entre o discurso publicitário e jornalístico neste dia. Fiquei pensando que enquanto o pessoal de marketing fala que a cidade é maravilhosa, nós jornalistas falamos que a cidades está uma m.... Não fiquei satisfeito com isso, embora seja esta a função do jornalista, mostrar a realidade do que acontece na cidade, mesmo que não seja uma realidade boa. Por outro lado, a função da publicidade é vender, seja uma ideia, uma imagem ou um conceito e, nisso, fazem muito bem quando vendem uma boa imagem do Rio. Mas acredito fielmente numa cidade bem melhor do que dizem, o Rio é muito mais do que praias, cristo redentor e samba. Em todos os comerciais em que aparece a imagem do Rio é o que vejo.

Esta semana foi importante para entender um pouco mais sobre o Rio de Janeiro e foram muito boas as discussões em torno do tema. Se a marca criada pelo governo do Estado não é uma unanimidade, o sentimento de ser carioca e morar nesta cidade acredito que seja. Acredito mais ainda numa cidade melhor e, se estes grandes eventos servirem para alguma coisa, que tenha alguém que pense nisto. E que se possa deixar um legado melhor do que um Maracanã novo ou uma ou duas estações a mais no metrô. Uma coisa é certa o carioca precisa amar mais esta cidade.

Eu levando o livro da palestrante Antonia Leite Barbosa
No final da palestra de segunda-feira eu estava com sorte e ganhei o sorteio do livro "Agendinha Carioca: Guia de sobrevivência para pais deslocados" da palestrante Antonia Leite Barbosa. Estava com sobre mesmo naquele dia rs. 


Grande abraço.
Fernando