segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O choro de Massa

Olá a todos
Quem teve a oportunidade de ver o Grande Prêmio Brasil, a última etapa do Campeonato Mundial de Fórmula 1 viu uma final digna de entrar para história. A disputa pelo título entre Fernando Alonso e Sebastian Vettel foi volta a volta. E o alemão acabou levando a melhor, não só por ter o melhor carro e equipamento, mas por ter feito uma segunda metade de temporada espetacular com 4 vitórias seguidas entre setembro e outubro. Já o espanhol Fernando Alonso foi um guerreiro. Guiando um carro visivelmente inferior, ele conseguiu tirar o melhor do carro e dele e concorrer ao título até as últimas voltas de Interlagos. É um piloto notável mesmo, e que valorizou demais o título de Vettel. A Fórmula um precisava disso, de uma final como esta repleta de emoção. Confesso que o esporte perdeu um pouco da graça para mim após a morte trágica de Ayrton Senna. E perdeu mais ainda com a dinastia que Michael Schumacher proporcionou a fórmula 1 com seus 7 títulos. A ausência de um nome forte brasileiro nas pistas cooperava para a minha falta de interesse. E com isso passei a acompanhar mais de perto a Indy e da Nascar. Mas a temporada 2012 foi a melhor dos últimos anos e o equilíbrio durou até a última prova. 
O choro de Massa no pódio - FOTO: AP
O que me chamou a atenção mesmo nesta prova foi o choro de Felipe Massa. O brasileiro que estava em segundo e teve que ceder a posição para Alonso fez uma prova espetacular, com uma largada em que pulou da quinta para a segunda posição. Fez uma corrida segura e venceria se não fosse o ótimo fim de semana de Button. Massa teve um ano difícil com péssimos resultados e possibilidade de não ter seu contrato renovado com a Ferrari. Ele esteve muito abaixo de seu companheiro de equipe e subiu de produção apenas nas últimas provas. Massa ainda enfrenta uma grande resistência do torcedor brasileiro ainda órfão de um grande ídolo nas pistas depois de Ayrton Senna. E o peso que Rubens Barrichello carregou durante anos está agora sobre ele. O peso de ter que vencer, de trazer um título para o Brasil. talvez por tudo isso ele não conseguiu conter o choro, as lágrimas, de um cara que acima de tudo é um vencedor. Ele que passou por um momento difícil na carreira quando sofreu um grave acidente na Hungria em 2009 depois de um ano espetacular em 2008 quando disputou o título até a última prova com Hamilton.  Depois de quase ser campeão ele se tornou um piloto de resultados pouco expressivos e até correr o risco de sair da Ferrari. Por isso o ano de 2012 acaba com um sinal de esperança para ele, que conseguiu tirar o limite de seu carro nas corridas finais. Um sinal de esperança de um brasileiro vencedor que está ali para fazer história assim como os grandes nomes brasileiros deste esporte fizeram. E um cara que continua e vai seguir lutando por dias melhores. 

É isso.
Gde abrsss
Fernu

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Como ele pôde?

Nas últimas semanas venho acompanhando a repercussão do caso do ex-ciclista Lance Armstrong. E a praticamente comprovada constatação de que ele usou substâncias proibidas para correr, o famoso doping  Sabe o que é mais chato nesta história, é que vai chegar um dia em que não vamos saber se a pessoa venceu com seus próprios méritos ou se foi com ajuda de alguma substância proibida. E isso acontece no atletismo, no futebol, na natação e até no automobilismo como no caso do piloto americano A.J Allmendinger da Nascar. Nem o automobilismo, em que muitas vezes a máquina supera o homem, está imune aos problemas com substâncias ilícitas.

Lance na conquista do sétimo Tour de France em 2005
Nunca fui muito de acompanhar ciclismo. E foi por meio das vitórias de Lance, e, também da história dele, que o esporte ganhou notoriedade no Brasil e no mundo. E conforme ia vencendo ia conquistando minha audiência a cada ano. Empolgante era ver a camiseta amarela e a eficiência da equipe U.S Postal Services trabalhando de forma espetacular para as vitórias dele. O cara venceu uma batalha contra o câncer, uma doença que mata só da pessoa saber que tem ela. O cara tem uma Fundação que ajuda pessoas que sofrem da doença, sabe, tudo no mais "politicamente correto" possível. Após vencer a luta contar o câncer ele vence por 7 vezes seguidas o Tour de France, prova que passei a  acompanhar pela ESPN todo ano. E que a presença dele na prova era um ingrediente a mais para assistir, assim como é com Roger Federer no tênis e com Anderson Silva no MMA.

Mas como nem tudo são flores veio a notícia que ele passou anos tentando desmentir. E a desistência em continuar tentando provas a inocência veio como uma espécie de confissão de culpa. E todos os títulos lhe foram retirados. E ele foi banido do esporte. Mas é como vi numa boa matéria exibida no Jornal nacional, os fãs ainda estão se perguntando se isso é verdade ou não, é como se o mito que foi construindo em torno da imagem de Lance fosse imune a escândalos. É como se ainda quisessem acreditar no contrário. Mas os esportes individuais para mim perdem a graça por conta disso. Sei que nunca saberei se o atleta venceu limpamente ou não. E está cada vez mais difícil saber disso, pois a cada dia surgem novas drogas que não aparecem nos exames e novos vencedores e mitos são formados desta maneira. Como ele pôde? É a pergunta que faço, manchou a história de um esporte tão legal como o ciclismo.  Talvez a pergunta melhor seria outra. Quem será o próximo.

Por Fernando dos Santos
2.11.2012